Cinco anos é um acumular de mudanças, ganham-se e perdem-se vícios. Vícios e pessoas. Cinco anos é pouco mais de um terço da minha vida. Um terço da minha vida sem ti. Cinco anos de desgaste, de cansaço, de falta, de carência.
É como viver na prisão e ir riscando na parede os dias que passam, à espera de liberdade. Mas para isto não há liberdade. Não há liberdade para a saudade, não há desfecho na morte.
Dizem que com o tempo fica mais fácil, ou talvez seja nisso que nós, humanos ingénuos, queremos acreditar. O tempo não cura tudo, pelo simples facto de não curar a morte. Merecias mais. O tempo não cura, apenas te põe anestesiado.
Lutaste, eu sei que lutaste. E jamais te poderia pedir para lutares mais. A vida é que devia ter lutado por ti, devia ter visto o imenso valor que tu tens.
"Quando vais a um jardim que flores colhes primeiro?
As mais bonitas!"
A minha alma está como este texto, desconsertada. Tenho saudades tuas. Tenho sempre saudades tuas. És o texto que eu nunca vou puder terminar.
Amo-te, avô.
mj
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