terça-feira, 21 de julho de 2015

Zugzwang

Hoje escrevi um texto ao contrário. Quebrei ligeiramente a minha rotina de escrita e iniciei o texto pelo título porque quero de facto falar a cerca desta palavra.
Palavra estranha de facto. Zugzwang. É uma palavra de origem alemã e foi me dada a conhecer pelo melhor filme que vi até hoje, intitulado "Mr. Nobody". Há tantas coisas incrivelmente importantes que são abordadas por este filme.
Zugzwang é um termo ligado ao xadrez. Designa uma situação em que jogar piora a situação para o jogador. Quando uma peça está numa posição de zugzwang significa que a peça está na melhor posição possível e o jogador sendo obrigado a movê-la piora a situação de jogo.
O filme leva-nos até à resposta da seguinte pergunta:
O que fazer numa situação de zugzwang?
E a minha resposta é que numa situação de zugzwang o ideal é ficar parado.
Na vida muitas vezes deparamo-nos com situações de zugzwang, em que escolher entre duas coisas parece impossível. E parece impossível porque é impossível estar numa posição melhor do que a atual. No filme o personagem principal, Nemo Nobody, diz "Desde que não se escolha as possibilidades são infinitas". Nunca sabemos o que advém de uma escolha e isso é assustador.
O filme explora o universo imenso das consequências das nossas escolhas. Ao escolhermos uma coisa em detrimento de outra estamos a abrir novos horizontes mas também estamos a fechar todas as outras possibilidades que a outra coisa nos poderia oferecer. Será que seríamos mais felizes? Será que teríamos mais sucesso? Será?
A vida de facto é uma grande situação de zugzwang, somos diariamente bombardeados com escolhas. E não escolher é a melhor situação possível. A escolha limita as nossas possibilidades. Mas somos obrigados a escolher. Somos forçados a tomar uma decisão.
Outra coisa que este maravilhoso filme, que conta com uma brilhante interpretação de Jared Leto, nos ensina é que mesmo que nós soubéssemos previamente o que aconteceria se seguíssemos este ou aquele caminho, se soubéssemos onde cada uma das nossas opções nos levariam, continuaríamos a ser incapazes de escolher.
Não é o desconhecido que nos assusta quando temos de escolher. Mas sim o que poderá ter ficado para trás.
Por vezes o melhor é mesmo ficar parado.

mj


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